Cartilha do Plano Brasil Sem Miséria ganha tradução para outros 6 idiomas
Interesse crescente pelas políticas sociais brasileiras abre novas oportunidades para intercâmbio de experiências com outros países
Interesse crescente pelas políticas sociais brasileiras abre novas oportunidades para intercâmbio de experiências com outros países
As políticas sociais desenvolvidas pelo Brasil, em especial as ações focadas na erradicação da extrema pobreza e da fome, têm despertado interesse cada vez maior da comunidade internacional. Esta semana, representantes da área de desenvolvimento social da Palestina, Tunísia, África do Sul, Egito, Quênia e Índia estão no país para conhecer as experiências exitosas de programas como o Brasil sem Miséria.
Com o objetivo de atender de forma conjunta a demanda crescente por informações e trocas de experiências, as delegações foram convidadas a participar esta semana (17 a 20 de janeiro) de um seminário sobre políticas sociais que inclui palestras, debates e visitas a campo. “Foi uma das soluções que encontramos para responder, de forma conjunta, a vários países e potenciais parceiros interessados em conhecer nossas experiências”, explicou o Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Rômulo Paes de Sousa, durante a abertura do evento.
O seminário internacional “Políticas Sociais para o Desenvolvimento” é o primeiro de uma série que o MDS pretende fazer em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). No contexto deste encontro, o MDS fez o lançamento da cartilha Plano Brasil sem Miséria traduzida para seis idiomas: inglês, espanhol, francês, russo, árabe e chinês. O material foi elaborado com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
“Os programas sociais desenvolvidos pelo Brasil estão chamando muita atenção internacional. Hoje, podemos influenciar positivamente outros países do Hemisfério Sul com a gestão e modelos inovadores de políticas sociais e seus resultados, e disponibilizar informações em outras línguas é fundamental para que possamos disseminar e compartilhar experiências”, avalia a Oficial de Projetos do PNUD Maria Teresa Fontes. No Brasil, o PNUD trabalha em parceria com o MDS na execução de projetos de cooperação técnica e no apoio direto a ações vinculadas ao Plano Brasil sem Miséria.
Não apenas países em desenvolvimento têm buscado aprender com a experiência brasileira. Segundo o ministro Marco Farani, diretor da ABC, países desenvolvidos como a Inglaterra já manifestaram interesse em compartilhar informações e experiências com o Brasil. “O Brasil tem tido grande reconhecimento internacional, e isso é parte dos esforços que temos feito para aprofundar e ampliar a cooperação internacional na área do desenvolvimento social”, afirmou Farani.
Para o Representante Residente Adjunto do PNUD, Arnaud Peral, a iniciativa do governo de agregar diferentes países em uma única missão facilita e incentiva momentos de troca que podem gerar novas parcerias bilaterias, trilaterais e multilaterais, indispensáveis ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Rômulo Paes de Sousa explicou que este tipo de seminário faz parte da nova estratégia do ministério que tem por objetivo aprofundar, dar mais visibilidade e promover o intercâmbio de experiências relacionadas aos programas sociais elaborados pelo país. Segundo Paes de Souza, o MDS está estudando a realização de treinamentos mais longos no Brasil para técnicos em políticas sociais de outros países.”O objetivo é que estes técnicos venham trabalhar diretamente conosco, aprendendo na prática o funcionamento do MDS e da coordenação e implementação de políticas sociais no Brasil”, explicou.
Cooperação Sul-Sul
Nas últimas décadas, muitos países do Hemisfério Sul acumularam significativa capacidade financeira e técnica e começaram a transferir parte desses recursos para outros países do Sul. Com isso, têm contribuído para a gestão de problemas globais e difundido os benefícios da globalização de forma mais ampla, criando novos mercados e construindo novas bases para o crescimento econômico sustentável.
Essa modalidade de troca, chamada Cooperação Sul-Sul, é uma forma de fortalecer os esforços para reduzir a desigualdade e as disparidades sociais e diminuir a pobreza extrema entre os países da região.
Várias iniciativas recentes vinculadas à promoção da Cooperação Sul-Sul foram firmadas entre o PNUD e o governo brasileiro. Entre elas, destaca-se um acordo-quadro formalizado em julho de 2010 para ampliação das parcerias com o Brasil na área de cooperação internacional. O objetivo é o de reforçar as alianças já existentes e oferecer uma contribuição significativa para que o governo brasileiro possa levar a outras regiões do globo suas experiências bem-sucedidas nas áreas de segurança alimentar, agricultura, redução da pobreza e erradicação da fome.
Em março de 2011, em uma visita conjunta inédita ao Brasil dos diretores regionais do PNUD para América Latina e África, novas conversas entre a agência líder de desenvolvimento da ONU, a ABC e o MDS reforçaram a ampliação dessa parceria com foco especial na troca de experiências e capacidades envolvendo o Brasil e países africanos.